Não ao fecho de estações dos <i>CTT</i>
O ataque aos serviços públicos tem sido um eixo central da acção do Governo PS. Encerramento de postos de atendimento, redução de pessoal, degradação de meios operacionais, insuficiente resposta às necessidades das pessoas, eis, em síntese, alguns dos efeitos devastadores de uma política divorciada das populações, que ignora os seus direitos, interesses e aspirações.
Alvos privilegiados têm sido as repartições de finanças, as escolas, os centros de saúde, os postos dos CTT, as linhas de caminhos de ferro, as carreiras rodoviárias e fluviais e tantos outros serviços públicos essenciais no quotidiano dos portugueses.
Na passada semana, ao conhecimento do Avante! chegaram informações relativas ao fecho de postos dos CTT em vários pontos do País. É o caso da estação de correios situada na Rua 5 de Outubro, em Albufeira, cujo fecho, a confirmar-se, causará graves transtornos à população da zona antiga daquela cidade algarvia, como alerta em comunicado a Comissão Concelhia de Albufeira do PCP.
«O que irá acontecer aos trabalhadores? Será que vão engrossar o desemprego?», pergunta aquele organismo do PCP que, depois de assinalar que Albufeira é já o terceiro concelho do País com o maior aumento da taxa de desemprego, sublinha que este é o caminho a que conduziram as políticas de direita do PS e do PSD no governo, bem como «uma gestão municipal que desprezou o desenvolvimento e a diversificação do tecido económico concelhio».
Penalizar as populações
Com encerramento anunciado está também o posto dos CTT situado na Loja do Cidadão de Setúbal. Uma decisão que mereceu igualmente a condenação dos comunistas do distrito, com a Direcção da sua Organização Regional, em nota do gabinete de imprensa, a alertar para as consequências gravosas para milhares de pessoas e a lembrar que uma medida desta natureza «contraria o espírito de concentração de serviços num mesmo local que orientou a criação destes equipamentos».
No texto enviado às redacções, a DORS do PCP recorda ainda a moção sobre esta matéria aprovada pela Câmara Municipal de Setúbal, na qual expressa a sua rejeição frisando que esta é «mais uma medida que apenas contribuirá para penalizar ainda mais a população da cidade e para a degradação deste serviço público essencial».
Este fecho motivou ainda uma diligência dos deputados comunistas Bruno Dias e Paula Santos junto do Governo, a quem interpelaram sobre as razões de tal decisão e sobre o que aquele pensa fazer para a corrigir e assim evitar prejuízos maiores à população.
Ainda no distrito de Setúbal, mais exactamente no Barreiro, a decisão da administração dos CTT de encerrar a estação de correios foi também mal recebida e motivou uma onda de indignação, com a Junta de Freguesia a lavrar o seu protesto em sessão pública onde recordou que este serviço é o único do concelho do Barreiro que funciona também aos sábados.
Mais a Norte, em S. Vicente Pereira, concelho de Ovar, igual destino foi traçado para o posto de atendimento dos CTT, deixando os habitantes da freguesia sem este serviço público essencial. A alternativa que lhes é proposta, de acordo com um comunicado da Comissão Concelhia de Ovar do PCP, é passarem a deslocar-se à sede de concelho, perdendo assim meio-dia num assunto que até agora não levava mais do que alguns minutos a resolver.
Por isso, para os comunistas de Ovar, tal encerramento é «um autêntico escândalo» que só pode ser entendido «como uma cura de emagrecimento típico em empresas destinadas a ser privatizadas».